Cada obra, cada texto, cria um ponto de ligação/identificação com o leitor(a). Todos temos preferências, e por conta das experiências pessoais de cada um, diferentes umas das outras.
Em Alice, do Lewis Carroll este é o meu trecho favorito: 

"Uma grande roseira imperava na entrada do jardim: as rosas que nela cresciam eram brancas, mas havia três jardineiros que se ocupavam em pintá-las de vermelho. Alice achou que aquilo era uma coisa estranha e aproximou-se para ver melhor. Justamente na hora que chegou perto deles, ouviu um dos jardineiros dizer:

“Cuidado, Cinco! Não jogue tinta em mim!”

“Eu não tive culpa”, disse o Cinco em um tom aborrecido. “O Sete empurrou meu cotovelo.”

Nisso o Sete olhou para cima e retrucou:

“Muito bem, Cinco! Sempre colocando a culpa nos outros!”

“É melhor você não falar nada!”, disse o Cinco. “Ontem mesmo eu ouvi a Rainha dizer que você merecia ser decapitado!”

“Por quê?”, disse aquele que tinha falado primeiro.

“Não é de sua conta, Dois!”, disse o Sete.

“É sim, é da conta dele!”, disse o Cinco. “E eu vou dizer pra ele... é porque você levou raízes de tulipa ao invés de cebolas para a cozinheira.”

O Sete jogou o pincel fora, e estava começando a falar “Bem, de todas as injustiças...”, quando seus olhos caíram sobre Alice, que os estava observando. Ele calou-se subitamente: os outros olharam ao redor e todos curvaram-se em respeitosa reverência.

“Vocês poderiam dizer-me, por favor”, disse Alice, um pouco timidamente, “por que estão pintando estas rosas?”

O Cinco e o Sete não disseram nada, mas olharam para o Dois. O Dois começou, em um tom baixo:

“Porque, de fato, você vê, Senhorita, esta deveria ser uma roseira vermelha, e nós plantamos uma roseira branca por engano, e, se a Rainha descobrir, nós todos seremos decapitados, sabe. Portanto, você vê, Senhorita, estamos fazendo o melhor possível, antes que ela chegue para...”

Neste exato momento, o Cinco, que estivera todo o tempo olhando ansiosamente para o jardim, gritou: “A Rainha! A Rainha!”

E os três jardineiros atiraram-se instantaneamente de bruços no chão. Havia o som de muitas passadas, e Alice olhava ao redor, doida para ver a Rainha.

(...)"E quem são esses?", perguntou a Rainha, apontando para os três jardineiros que estavam ainda estendidos ao lado da roseira. Isso porque, vocês sabem, como eles estavam de bruços e a parte de trás do baralho era igual a todo o resto do baralho, ela não poderia dizer se eles eram jardineiros, ou soldados, ou cortesãos ou três das crianças reais.
"Como é que eu poderia saber?", disse Alice surpreendida por sua coragem. "Não é da minha conta." A Rainha ficou vermelha de raiva e depois de encará-la por um momento como uma fera selvagem, começou a gritar: "Cortem-lhe a cabeça! Cortem-lhe..." 
 "Besteira!", retrucou Alice, em tom alto e decidido, e a Rainha calou-se. 
O Rei pousou sua mão sobre o braço da esposa e disse timidamente: "Deixe pra lá, minha querida: ela é apenas uma criança!" 
A Rainha afastou-se dele com raiva e disse para o Valete: "Vire-os!" 
O Valete os virou, muito delicadamente, com um pé. "Levantem-se!", disse a Rainha com uma voz estridente e alta, e os três jardineiros instantaneamente saltaram e começaram a fazer reverências para o Rei, a Rainha, as crianças reais e todo o resto do pessoal. 
 "Parem com isso", gritou a Rainha. "Vocês me deixam tonta." 
Então, virando-se para a roseira, ela continuou falando: "O que vocês estavam fazendo aqui?" 
"Para servir à Sua Majestade", disse o Dois, humildemente, ficando sobre um joelho enquanto falava, "nós estávamos tentando..." 
"Eu entendo!", disse a Rainha, enquanto examinava as rosas. 
"Cortem-lhes a cabeça!" e o cortejo prosseguiu, com três dos soldados ficando para trás para executar os desafortunados jardineiros, que correram na direção de Alice em busca de proteção. "Vocês não serão decapitados!", disse Alice, colocando-os dentro de um grande jarro de flores que estava por perto. Os três soldados ficaram confusos por um minuto ou dois, procurando por eles e então voltaram para o final do cortejo. 
"As cabeças já foram cortadas?", berrou a Rainha. 
"Suas cabeças se foram, para servi-la, Majestade!", os soldados gritaram em resposta. 
"Muito bem!", gritou a Rainha. "Você sabe jogar críquete?"

Eu prefiro rosas brancas!

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Mario Quintana - Espelho Mágico

E ainda sobre o post abaixo, depois os padres, protegidos pelo nome da Santa Igreja, querem falar de Deus e milagres.

É o AMOR que fala em nome de Deus, é o abraço, o colo, o aconchego.

Tudo começou nos braços de uma mãe, tivesse ela o nome de Eva ou qualquer outro, morasse na África, Ásia ou em outro canto do planeta. Depois vieram os homens e bagunçaram tudo.E foi também Maria quem sofreu 7 vezes.

Como também são hoje tantas as Marias com a capacidade de abraçar e confortar o mundo inteiro e sem intervenção da Santa Igreja. Não que os homens não sejam capazes de amar assim , eu conheço muitos que trabalham por uma causa justa. Tem até mesmo aqueles que conseguem abraçar e dar aconchego como qualquer colo materno. Mas padres, cônegos e bispos assim eu nunca vi. E o trabalho que temos presenciado com as crianças do abrigo, os verdadeiros milagres que temos testemunhado, nada disso tem relação com qualquer instituição religiosa. É tudo fruto de amor, um amor muito mais pragmático do que mítico. Um amor eficiente.

Tudo começou no final do ano passado quando o pequeno G., com 3 anos de idade, chegou ao abrigo."Ele pouco se movimentava e veio trazido pelo Juizado de Menores.Seu histórico indicava que ele deve teve ter sido mantido por muito tempo numa única posição, dobrado em forma de um "u", com os braços esticados sobre as pernas.E ele não falava, não abria um dos olhos e havia inclusive uma suspeita de autismo.

Hoje, passados alguns meses, ele ainda não fala mas já se comunica e reage de forma muito positiva aos estímulos externos.Inclusive adora posar para tirar fotografias.Infelizmente não posso divulgar sua fotografia.Depois de passar por médicos especializados, foi diagnosticado que ele sofre da Síndrome da Hipomelanose de Ito, não fala, não anda e é cego de um olho devido à uma infecção não tratada quando era menor .

A Hipomelanose é uma doença de pele que envolve complicações neurológicas. Mas ele já consegue, se apoiando nos joelhos, segurar-se com as costas eretas na lateral do berço. Isso deve-se muito ao trabalho de fisioterapia que está sendo desenvolvido com ele.Mas para que ele possa continuar seu atendimento num centro especializado, ele precisa estar matriculado na rede pública de ensino.E para tanto precisa de uma cadeira de rodas para freqüentar as aulas especiais."

Este texto escrevi no começo do mês, e como milagres acontecem e ainda existe muita gente com boa vontade por aí, ontem de manhã fomos entregar a cadeira de rodas no abrigo.Ela foi feita especialmente para o pequeno G. segundo suas medidas e respeitando suas limitações. A sala foi tomada de emoção quando depois de colocado na cadeira, com o tronco firme e preso ao encosto por uma faixa peitoral, ao se sentir seguro, ele abriu os braços como se pudesse voar e deu um grito de alegria.Nessa hora eu quase desabei pois pude ver a vida que habita nele e ela é imensa.

Tem gente que vive uma vida inteira deixando portas entreabertas.

Escutando essa música do Ivan Lins fiz uma restrospectiva das portas pelas quais passei. Algumas não tive coragem de abrir, outras nem notei. Em compensação, muitas eu derrubei no peito. Hoje, passados alguns anos, abro a maioria com cuidado. Algumas deixo propositalmente entreabertas. Enquanto fecho aquelas que preciso passar a chave e depois jogar fora no mar.

Faixa bônus:

Depois do joguinho de comadres de ontem entre Brasil e Portugal, vamos aguardar a disputa contra o Chile.Espero que no próximo jogo os dois times estejam com um pouco mais de vontade de ganhar. Mudando de pato prá ganso que inflação é essa que está nos tomando de assalto, héin? Só tenho escutado reclamações e o governo insiste em dizer que não temos inflação. Sim, não temos mais aquela galopante de 2% ao dia. Mas dizer que não temos inflação, aí já é um pouco demais.E isso tem me incomodado bastante, principalmente por causa da proximidade das eleições e honestamente ainda não tenho um candidato para o segundo turno. E eu quero saber o que farão com a desvalorização da moeda depois das eleições.O que é surpreendente é que à cada manhã surge um novo imposto no país do futebol. E parece que ninguém percebe.

Mudando agora de ganso para cisne gostei de conhecer o trabalho do ator Tony Curtis e sua esposa Jill em favor dos cavalos. A Shiloh Horse Rescue, sem fins lucrativos, foi fundada em 2003 com o intuito de resgatar cavalos destinados ao abate. Pelo menos uma notícia boa, não é?

Vamos à Copa do Mundo!!!

Quanto ao jogo Brasil x Portugal, prefiro não comentar, pelo menos, ainda não.

Mas vibrei com a vitória do Japão. É um povo determinado que merece esta alegria.

E tenho cá minhas preferências pela terra do sol nascente. Gosto da cultura, da comida e também da meia irmã da minha mãe, que é metade japonesa.Assim como da sua tia, essa totalmente japonesa e que foi minha professora de inglês e piano. Nossas aulas de piano eram 100% em inglês, desde as notas musicais e partituras até as longas conversas sobre os questionamentos de uma garota de 12 anos.Eu estava começando a conhecer a vida e ela já havia passado por diversos dramas e conflitos, inclusive um câncer de seio. Foi bem nessa época que nos tornamos amigas. No final de semana passado, completou 82 anos e foi um imenso prazer falar com ela outra vez. E já marcamos um almoço para o próximo mês e como ela mesma disse: - Só não demore, porque aos 82 anos, não sei bem quando é que eu vou começar a desmontar. E foi pensando nessa pessoa que amo de paixão, que acordei querendo escutar a música tema de um desenho que é o meu favorito, trabalho primoroso de grandes artistas japoneses, Hisaishi (música) e Miyazaki (filme). Sim, eu tenho dessas coisas, existem pessoas na minha vida, muitas, que amo de paixão!!!

Homens e mulheres: mais uma lista

A idéia surgiu com o Manuel, do blog ETGM. Daí que resolvi abstrair um pouco e fiz a minha própria lista.Ela definitivamente não é a de ontem e pode não ser a de amanhã. Mas esta lista presente é a que melhor me cabe hoje.

Como irmã mais velha gostaria de ter a Madre Teresa de Calcutá para que eu pudesse ter alguma fé na Igreja e nos homens. Não seria nada mal ter como irmã também Angelina Jolie, por questões nobres e humanitárias e outras nem tanto, como ter como cunhado o Brad Pitt. Não acharia nem um pouco ruim ter de vê-lo com freqüência.Mas como um irmão, é claro!

Jeannie, a gênia, bem que poderia operar uns milagres por aqui...coisa pouca... acharia deveras divertido ter uma irmãzinha assim tão atrapalhada e engraçada.Riria à beça quando ela tentasse me convencer que é totalmente submissa e servil ao Major Nelson.

A irmã pouca coisa mais velha, uns dois ou três anos, amiga e confidente seria sem sombra de dúvidas, Vianne Rocher. Compartilharíamos receitas e segredos entre um e outro chocolate quente. Gosto do seu conforto e aconchego.

Frida Kahlo, seria a irmã rebelde, com quem eu conversaria sobre tudo o que acho que está errado.E também sobre o que acho certo. Irmã daquelas que vira a noite em torno de uma mesa, com bons amigos, boa comida e boa bebida.Quem sabe eu teria a sorte desfrutar da companhia de Trotski por algumas horas. Gostaria de fazer-lhe umas perguntas para compreender melhor as coisas.

Teria Julie Taymor como a melhor amiga da minha irmã Frida, para me esbaldar com o seu cinema.Não me importaria de trabalhar ao lado dela. Muito pelo contrário, eu adoraria!!!

Se Isabel Allende fosse minha irmã , choraria horrores com ela. Nossas conversas ampliariam infinitamente meus horizontes.E com certeza visitaríamos Neruda quando o tempo assim permitisse.

Já para vizinho/irmão/ou coisa que o valha, a lista é extensa e vou tentar ser breve:

Vou compartilhar com o Manuel, o Clooney. Afinal o café dele eu gosto muito. Para irmão mais velho não dispensaria o Ariano Suassuna, por pura tietagem literária e simpatia desenfreada. E bem pertinho também poderia estar Andrea Bocelli.Gosto imensamente do timbre de sua voz e ele poderia cantar o que bem entendesse, que eu nunca reclamaria e nem lhe pediria para abaixar o volume. No meu mundo imaginário e fantástico, seríamos todos uma grande família que incluiria Hitchcock e Billy Wilder. Me ofereceria descaradamente para acompanhar algumas filmagens de Billy. Já com Alfred eu gostaria de conversar após as filmagens para aprender este ou aquele segredo, ou melhor, o pulo do gato. Ainda dentro do meio cinematográfico adoraria poder contar ao mano Polanski sobre a repercussão do seu último filme. Talvez esse fosse o meu irmão mais controverso. Não posso deixar de fora dessa lista outro irmão, um tanto diferente de mim, mas com quem aprenderia muito sobre estética, luzes, cores e sentimentos conflitantes, Kim Ki-Duk. Um grande irmão e companhia de uma boa mesa e boemia seria Fernando Moraes. Eu agüentaria até mesmo a fumaça do seu charuto cubano, porque afinal ele é aquele homem que quando começa a falar e a contar casos não queremos que pare mais.Teria enorme prazer em roteirizar seu “Corações Sujos”. Como melhor irmão uma opção seria Werner Schünemann, afinal ele é um homem completo. Talvez perfeito demais para ter como marido ou namorado, mas como irmão ou melhor amigo não vejo problema algum.Seria um prazer! Prazer tão grande quanto o de ter como irmão ou melhor amigo, Denzel Washington.

Muita gente ficou fora dessa lista, uns estiveram em listas do passado e outros muito provavelmente deverão figurar nas listas do futuro.Esta é a minha lista de hoje e ponto!

Tem dias, ou melhor noites, ou ainda finais de dias que ficam melhores com músicas assim...

Agora, uma mais animadinha!!!

Durmam bem e sonhem com os anjos, que cantam e embalam nosso sono...

Obrigada ao Manuel pela lembrança de tão divina voz :o)

As imagens sobre as enchentes em Alagoas são de revirar o estômago de qualquer um que tenha um pingo de humanidade no coração. Mas parece que hoje o governo federal resolveu liberar uma verba para a região. Demorô!

Como eu detesto indefinições...culpa de ser uma pessoa direta e objetiva em 20 das 24 horas do meu dia. E também por ser uma pessoa ansiosa.As pessoas bem que podiam ser mais diretinhas, não é? Mas eu estou bem, nada que um pouquinho de trabalho não resolva.

E o meu final de semana foi excelente!!! Na sexta, além das visitas, mais seis adolescentes aportaram por essas bandas. Foi só botar mais lenha no forno e esticar umas massas.

Já estão planejando pizza outra vez na próxima sexta feira.Mas não posso reclamar, eles são uns fofos, ajudam em tudo. Até colocam a mesa e depois cada qual deixa seu prato e seu copo na pia. Aposto que se eu contar nenhuma mãe vai acreditar.Hoje a casa amanheceu tão silenciosa que até estranhei. Mas na sexta voltam minhas visitas e os meninos.E me parece que por conta do jogo vem a classe toda prá cá. Bora arrumar mais cadeiras e puffs.Acho bom porque em dia de jogo, o povo fica meio maluco nas ruas. Prefiro todo mundo aqui em casa!

Metidos nesta pele que nos refuta,
Dois somos, o mesmo que inimigos.
Grande coisa, afinal, é o suor
(Assim já o diziam os antigos):
Sem ele, a vida não seria luta,
Nem o amor amor.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

Faltam alguns minutos para acabar o dia, mas não podia deixar de me despedir de José Saramago e com suas próprias palavras. E perco-me imaginando o que ele estaria fazendo agora, talvez conversando com o Astronauta :

"Aqui, na Terra, a fome continua,

A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme

E dizemos amor sem saber o que seja.

Mas fizemos de ti a prova da riqueza,                                                E também da pobreza, e da fome outra vez.                                            E pusemos em ti sei lá bem que desejo                                                De mais alto que nós, e melhor e mais puro.  

No jornal, de olhos tensos, soletramos                                                As vertigens do espaço e maravilhas:                                                   Oceanos salgados que circundam                                                    Ilhas mortas de sede, onde não chove.  

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa                                                Onde come, brincando, só a fome,                                                    Só a fome, astronauta, só a fome,                                                    E são brinquedos as bombas de napalme." 

Tenho visitas em casa, na verdade não é de hoje, é desde o final de semana! Daí que me resta pouco tempo para sentar-me aqui. Afinal eu gosto de visitas e de longas conversas na mesa da cozinha enquanto preparo o jantar. E do Nespresso logo após.

Hoje recolhi-me mais cedo e deixei os homens conversando à vontade.E eu queria muito que já fosse sexta feira, porque essa coisa de acordar às 6 e pouco da madrugada, no frio, não é prá mim. Esta semana foi bem atípica. Na segunda feira, trabalhei demais. Na terça, o país parou.Ontem, trabalhei um bocado, tive de fazer compras para a casa e nem sei por que eu estava muito cansada. Hoje fui à filial, voltei tarde e ainda tive de ir ao shopping para comprar as cápsulas da cafeteira.Por sorte, o cara metade e o titio me acompanharam e se ofereceram para descer.Foi lindo, fiquei aguardando no carro e eles foram rapidinhos.

Emocionalmente foi uma semana pesada.Uma amiga querida foi operada na terça à noite para retirada de um tumor na cabeça. Fiquei conectada à ela o tempo todo da cirurgia.Correu tudo bem e agora ela se recupera bem também.O pai de outra amiga, um sujeito que eu gosto e admiro muito, sofreu um infarto ontem, no final da tarde.Somente agora é que veio a notícia de que ele não corre mais risco algum.E não tem jeito, enquanto eles não melhoram, eu não relaxo.

Vou aproveitar estes minutinhos livres e ler mais um pouco do "Terra Sonâmbula", do Mia Couto.Ele escreve sobre uma terra que eu conheço pouco, de uma forma poética que gosto muito.

Bafana, Bafana...

Enquanto o mundo pára para assistir os jogos da Copa, menos a Coréia do Norte, que só deve assistir a partida de ontem logo mais (após a liberação estatal), Hugo Chávez manda fechar o maior banco da Venezuela.Na semana passada confiscou alguns supermercados e depósitos de alimentos.Estamos vendo a democracia por um canudo e ele me parece estar ficando cada vez mais estreito.E a grande sacada é continuar fornecendo ao povo o seu ópio favorito, as disputas de futebol de uma Copa do Mundo, mundo este não tão justo assim.
O mais impressionante de ontem à tarde não foi o jogo do Brasil contra a Coréia do Norte, que de impressionante não teve nada, mas sim a forma como as pessoas se comportaram no centro da cidade.Aquilo parecia um estouro de manada.Eu saí do escritório às 14:00h, ou seja, uma hora e meia antes do jogo e vocês precisavam ver as pessoas no elevador e na saída do prédio.Elas iam se acotovelando e se atropelando como se o prédio estivesse em chamas.O trânsito estava uma loucura só.O negócio foi encostar para a direita e deixar passar os alucinados.
Já vi que no próximo jogo que cair num dia de semana e que deve ser o do dia 25, uma sexta feira, às 11:00h da manhã, é melhor nem sair de casa.
Ah...só para lembrar...o vazamento de petróleo lá nos EUA continua e sem previsão para acabar.
Uma boa semana para todos, afinal ela está começando hoje!

Ando passando por mudanças de ordem profissional, o que já era esperado a até mesmo anunciado.São mudanças que acabam afetando muita gente à minha volta e confesso um certo frio na barriga.Talvez eu tenha que me mudar para a cidade da filial e não posso mudar sozinha. Todos terão de mudar comigo.Ou então arrumo uma outra coisa para fazer na vida e continuo aqui.

Ontem recebi um convite maravilhoso para participar como roteirista de um filme nos moldes de "5 X Favela". São cinco roteiros interligados aonde os roteiristas/cineastas ministrarão aulas gratuitas numa oficina de cinema para uma comunidade carente. E um diretor famoso irá dirigir as filmagens, com a participação dos alunos da oficina.Isso é maravilhoso, o retorno pessoal é muito bom, a questão social é algo pela qual eu brigo muito, mas não dá para sobreviver financeiramente assim.

E cada roteiro, independentemente do tema, focará um sentido e o meu é a visão.Amei a escolha porque é um sentido que me atrai muito e a falta dele seria uma tragédia para mim. Outro detalhe é que sou a única mulher do grupo.Daí que eu acho que eu tenho mesmo que participar, porque apesar do sucesso do filme "É proibido fumar", da Anna Muylaert, o espaço da mulher no cinema brasileiro ainda é pequeno.

Estou muito animada com o projeto, mas ao mesmo tempo a questão da mudança no meu emprego "de verdade" anda me tirando um pouco do sono.E nem é uma questão de sofrer por antecipação e sim de se programar. Enquanto isso a bola rola, o Brasil pára e eu tenho vontade de não pensar em nada.

O negócio é ir trabalhar. A boa notícia é que ontem conseguimos encomendar uma cadeira de rodas para um menino do abrigo, graças à solidariedade humana. E que hoje também devo levar as roupas de frio para os bebês. Ontem, quando estive lá deixando os sapatos (todos ganharam sapatos novos), as crianças estavam animadíssimas com a Copa do Mundo, decorando o lugar com bandeirinhas verdes e amarelas.

Vamos lá...Brasil...

P.S. E também tem jogo de Portugal para a gente torcer :o)

Futebol 12 horas por dia...não acho ruim, mas também não vejo tanta graça assim. Gosto de pensar e de acompanhar um campeonato que reúne nações. Mas os meninos aqui torcem sim. E tudo de forma bem democrática.
Aliás minha vida é pautada pela democracia desde a infância. Minha mãe nunca nos obrigou a fazer o que todas as crianças faziam, só porque todos faziam. Sempre discutimos a lógica de tudo, mesmo que algumas vezes justamente a lógica tenha me faltado. É.. costumam dizer que minha lógica é diferente, mas enfim, devemos fazer o que queremos, desde que isto não prejudique nada, nem ninguém. O mundo já está lotado de gente mal amada e mal resolvida. E essas pessoas, às vezes me surpreendem. A semana que passou foi um poço de surpresas.
E que esta que começa, seja bem mais divertida, com muita emoção e futebol. Sim, acreditem, mas acho que estou preferindo o futebol.

Quem bem me conhece sabe que detesto injustiças, embora eu não seja a dona da verdade.Mas em algumas situações vemos claramente quem mente, quem engana ou quem trapaceia. E eu não deveria ter nada com isso, afinal isso é da consciência de cada um. Mas quando amamos as pessoas afetadas, fica um sentimento muito ruim de revolta. Como diz minha mãe:
- Não se aborreça, minha filha, o que é deles está guardado.
Mas por outro lado existem pessoas boas e justas, embora muitas nem sempre tão verdadeiras. Tento deixar os maus pensamentos de lado, afinal tenho visitas em casa. Eles saíram para dar umas voltas e visitar uns amigos. Enquanto isso preparei uma torta e deixei tudo prontinho para fazer um caldo verde logo mais. Porque com esse frio não dá nem prá pensar numa saladinha.

Catástrofes são normalmente de ordem natural. Tragédias são acontecimentos como a morte da bisneta de Mandela um dia antes do início da Copa do Mundo na África do Sul.Assim como a morte de qualquer criança.
Pequeno aborrecimento é presenciar um monsenhor da Igreja Católica alterando informações, deturpando histórias, baseando-se em fatos inverídicos para prejudicar pessoas honestas, em benefício próprio.Tá difícil, minha gente...mas não impossível!

Tem coisas na nossa vida que passam e não voltam mais, por mais que desejemos, ou não. Com o Dia dos Namorados chegando me lembro que já sonhei (inclusive já escrevi aqui) , e foi mais de uma vez, com uma noite especial, daquelas bem geladas, com um bom vinho e uma boa raclette. Ainda acho algo sensual.
E com tantas opções, por que logo queijo meio derretido servido com batatas cozidas? Não parece haver glamour nenhum nisso, não é? Pode até ser que tenha quem ache sem graça, e na verdade nem sei por que cargas d'água todos os anos, próximo ao Dia dos Namorados, penso na tal raclette com vinho e uma lareira. E por que então não convido o cara metade para tal sugestivo convite? Simplesmente porque os tempos são outros e talvez a motivação, aquela real e concreta, já tenha passado.E como será meu Dia dos Namorados desse ano? Com certeza tão bom como todos os anteriores.

Huhuuu...depois de 30 anos, começar o dia escutando Olivia Newton John não é prá qualquer um...rss....


E imaginar que eu sobrevivi a essa fase multicolorida onde todas as pessoas eram felizes e respiravam ar puro enquanto patinavam pelas ruas e pelos parques. Nem me lembro mais daquela São Paulo aonde podíamos, aos finais de semana, ir patinando da Rua Pamplona até o Parque do Ibirapuera. Além das horas incontáveis passadas nas pistas de patinação de Moema e da Rua Augusta. E das tardes passadas patinando no calçadão do Guarujá.Até mesmo quando passávamos as férias no mato, dávamos um jeito de fazê-lo sobre rodas.

Pensando bem, o estilo da época não combinava nada com os brilhos e paetés do figurino de Olivia Newton John no filme Xanadu.Mas enfim, o filme foi uma febre por aqui no final dos anos 70. Se bem que em 1955, Gene Kelly, que também participou em Xanadu, já dava suas patinadas na tela:

Um excelente dia para todos!!!

Deixando de lado as maldades humanas e tudo mais o que se faz em nome da tecnologia, progresso e até em nome de Deus, bom mesmo é escutar uma boa música depois de algumas libertadoras taças de vinho.
Liberdade é saber que hoje posso tomar vinho sem ter efeitos colaterais. Ou seja, tudo um dia acaba...
Como também é uma forma de libertação saber que aquele amor pernicioso é finito. Ok, essa é uma mentira escancarada.
Mas convenhamos que não há nada mais libertador que não mais sofrer de amor.
Liberdade é acreditar e fazer valer as suas palavras, por mais absurdas que pareçam aos olhos do mundo, cego.
Liberdade é poder apreciar a obra de Edward Hopper (1882-1967) e todo seus realismo fantástico, ao som de Jimi Hendrix (1942-1970) em toda sua psicodelia.

Continuando nessa viagem:

E dentro de toda a psicodelia permitida, Thank you, Mr. Blue Sky!

Minha modesta homenagem à vida marinha, devastada por catástrofes, provocadas pela mão do homem

Dia Mundial do Meio Ambiente

Qual a diferença entre as imagens abaixo?

(Foto: Estadão)

(Foto: Associated Press)

Teoricamente nenhuma, não é?
Mas a principal diferença é que 21 anos separam a primeira imagem da segunda.
Além das diferenças geográficas como mostram os mapas abaixo:


A primeira imagem traz uma simulação realizada por computador, pelos cientistas da University Corporation for Atmospheric Research, no último dia 03 de junho.Mostra como está avançando a mancha de óleo no Golfo do México, baseado em estudos dos ventos e corrente maritimas. Já foram derramados 71 milhões de litros de petróleo na região.
Já a segunda imagem mostra a real extensão do derramamento de petróleo, causado pela navio da Exxon-Valdez no Golfo fo Alaska, em 1989.Foram despejados 41 milhões de litros de petróleo em uma área de vida selvagem do Alasca (EUA).
São datas, formas de derramamento e geografias bem distintas, mas os efeitos sobre a vida natural e a economia local são igualmente mortais e impactantes. E parece que muito pouco fez-se em 21 anos para previnir-se catástrofes ambientais como essas. E isso porque existem sistemas de segurança e inspetores responsáveis pelo controle destes sistemas.

Minha criança interior tem lembranças bem definidas e muitas das vezes relacionadas às tantas histórias que li nos livros e assisti nos filmes. Assim sendo, adoro os elefantes que fizeram parte das minhas tardes televisivas, numa época em que eram famosos os filmes sobre a savana africana como "A História de Elsa" e "Mogli - o menino lobo", entre outros. Adorava os elefantes tanto da Africa quanto da India. O máximo dessa coletânea foi o "No caminho dos Elefantes", com Elizabeth Taylor e Peter Finch, um tanto violento para uma garotinha, mas eu vibrava e torcia pelos portentosos mamíferos. Como até hoje eu torço pelo touro e por aí afora. E na minha passagem por Gramado não resisti e fotografei dois elefantes que decoravam a entrada de uma loja de choccolates. Lá estavam os elefantes da minha infância:

Pausa para um cafezinho no meio da tarde

Tem dias em que esta pausa é mais que necessária...

Eu adoro esta música, me lembra os filmes antigos e aquele romantismo que não vemos mais.Ela tem cara de grande amor e como escreveu Cole Porter : "Let the love that was once a fire remain an ember, let it sleep like the dead desire I only remember " ou então "Make them play till the stars that were there before return above you, till you whisper to me once more,"Darling, I love you!"

Ontem voltei ao trabalho, embora eu tenha ido a Caxias à trabalho. Mas só trabalhei no período da manhã porque à tarde fomos levar mais doações para o abrigo.A Lili arrecadou um microondas, uma secadora e uma infinidade de fraldas.O que foi ótimo porque no abrigo hoje são 11 bebês, um mais lindo que o outro.E somente uma é menina.Ela chegou lá com menos de 1 mês, pesando pouco mais de 1 kg e com problemas de respiração. Depois de 6 meses ela está grande, forte e interagindo muito conosco.Mas nem tudo são flores e tem dias em que saímos mais chateadas de lá. Afinal as crianças vão chegando sem muita informação e aos poucos vamos conhecendo o histórico de cada uma delas.E é um pior que o outro. Mas isso passa porque afinal eles fazem um trabalho maravilhoso com estas crianças que tanto necessitam.